Deixei-me cair para trás, mergulhando a cabeça outra vez. Não tanto para me proteger do frio do vento, mas para ter mais uns segundos... Mais uns segundos de frio, sal e silêncio... Senti-o entrar na água, mas deixei-me estar mais um instante de costas. Respirei fundo, e ia a virar-me quando senti os salpicos.
- Hah! Falhaste! - Virei-me a sorrir.
- Queres guerra, é?
- Deves pensar que me metes medo!
- Pois devia... Hei!
- Não estavas à espera de um aviso por escrito, pois não?
- Ah ele é assim? - Desviei a cara. Enquanto tentava ripostar, pelo canto do olho dei por ele a aproximar-se. Comecei a bater os pés; levantei tanta espuma que deixei de o ver.
- Hei! Isso não vale! Agarrar é batota!
- Quem disse? Respira fundo.
- Olha que eu faço-te cócegas!
- Não digas que não avisei! - Voltei à superfície com uma gargalhada; ele também se estava a rir. Ficámos assim um bocado, até os nossos olhares se cruzarem. Desviei o meu, mergulhei a cabeça, passei a mão pela cara para não me pingar sal para os olhos. Abraçou-me por trás, com os braços por cima dos meus. Pôs um dedo no meu queixo e virou-me a cara até estar a olhá-lo nos olhos.
- Há bocado estava a gozar.
- Eu sei... - Sabia que era um meio-sorriso, mas não dava para mais.
- Mas...
Respirei fundo, apertei-lhe o braço com a mão.
- Mas... preferias que não o tivesse dito, mesmo na brincadeira?
- Não sei... Não... Quer dizer... Gosto de ter este à-vontade contigo... e... é bom sentir que podias gostar de mim
- Eu gosto de ti.
- Sabes que não é isso! O que eu quero dizer é que é bom... fazeres-me sentir "apetecível"- riu-se quando formei as aspas com os dedos - ... percebes?
- Pensei que agora que tens namorado te tivesse passado essa mania.
- Qual mania?
- Essa mania de te sub-estimares, e de te mandares abaixo.
- Ei, eu não me estou a mandar abaixo, 'tou só a dizer que sabe bem sentir que me consideras assim... Faz-me bem ao ego... - Desviei outra vez o olhar, encostei a nuca no peito dele, olhos no infinito. Desta vez, deixou-me estar.
- Mas...
- Mas estou feliz com ele, é a primeira pessoa além de ti que me faz sentir assim... especial. E, sim, de momento é o amor da minha vida, e... não vos quero sentir a competir.
- E não é bom teres rapazes a competir por ti? Não te faz bem ao ego?
- Não... não estes rapazes... são demasiado importantes... Não me quero sentir dividida, nem ter que fazer malabarismos... Quero apreciar o que tenho. Poder estar aqui contigo, e poder voltar para casa feliz, e dar cabo de outra mola do sofá
- Vocês não têm cama?
- E fazer-te cócegas, quando dizes disparates desses, e rir-me com ele... Tem um bom sentido de humor, acho que vocês se iam dar bem.
- Hei, eu já há bocado te disse que começo a gostar dele sem sequer o conhecer... Claro que quero conhecer quem te põe assim feliz! - Agarrei-lhe os braços e virei-me de frente para ele:
- Só há um problema. - Foi a vez dele ficar sério:
- Então?
- Então que depois fico tramada: juntam-se os dois a gozar comigo!
Atirei-lhe água para a cara, corri pela rebentação e ao longo da areia molhada, com o vento a acariciar-me a cara e o cabelo molhado a bater-me no pescoço...
... Espero que possa ser sempre assim...
- Hah! Falhaste! - Virei-me a sorrir.
- Queres guerra, é?
- Deves pensar que me metes medo!
- Pois devia... Hei!
- Não estavas à espera de um aviso por escrito, pois não?
- Ah ele é assim? - Desviei a cara. Enquanto tentava ripostar, pelo canto do olho dei por ele a aproximar-se. Comecei a bater os pés; levantei tanta espuma que deixei de o ver.
- Hei! Isso não vale! Agarrar é batota!
- Quem disse? Respira fundo.
- Olha que eu faço-te cócegas!
- Não digas que não avisei! - Voltei à superfície com uma gargalhada; ele também se estava a rir. Ficámos assim um bocado, até os nossos olhares se cruzarem. Desviei o meu, mergulhei a cabeça, passei a mão pela cara para não me pingar sal para os olhos. Abraçou-me por trás, com os braços por cima dos meus. Pôs um dedo no meu queixo e virou-me a cara até estar a olhá-lo nos olhos.
- Há bocado estava a gozar.
- Eu sei... - Sabia que era um meio-sorriso, mas não dava para mais.
- Mas...
Respirei fundo, apertei-lhe o braço com a mão.
- Mas... preferias que não o tivesse dito, mesmo na brincadeira?
- Não sei... Não... Quer dizer... Gosto de ter este à-vontade contigo... e... é bom sentir que podias gostar de mim
- Eu gosto de ti.
- Sabes que não é isso! O que eu quero dizer é que é bom... fazeres-me sentir "apetecível"- riu-se quando formei as aspas com os dedos - ... percebes?
- Pensei que agora que tens namorado te tivesse passado essa mania.
- Qual mania?
- Essa mania de te sub-estimares, e de te mandares abaixo.
- Ei, eu não me estou a mandar abaixo, 'tou só a dizer que sabe bem sentir que me consideras assim... Faz-me bem ao ego... - Desviei outra vez o olhar, encostei a nuca no peito dele, olhos no infinito. Desta vez, deixou-me estar.
- Mas...
- Mas estou feliz com ele, é a primeira pessoa além de ti que me faz sentir assim... especial. E, sim, de momento é o amor da minha vida, e... não vos quero sentir a competir.
- E não é bom teres rapazes a competir por ti? Não te faz bem ao ego?
- Não... não estes rapazes... são demasiado importantes... Não me quero sentir dividida, nem ter que fazer malabarismos... Quero apreciar o que tenho. Poder estar aqui contigo, e poder voltar para casa feliz, e dar cabo de outra mola do sofá
- Vocês não têm cama?
- E fazer-te cócegas, quando dizes disparates desses, e rir-me com ele... Tem um bom sentido de humor, acho que vocês se iam dar bem.
- Hei, eu já há bocado te disse que começo a gostar dele sem sequer o conhecer... Claro que quero conhecer quem te põe assim feliz! - Agarrei-lhe os braços e virei-me de frente para ele:
- Só há um problema. - Foi a vez dele ficar sério:
- Então?
- Então que depois fico tramada: juntam-se os dois a gozar comigo!
Atirei-lhe água para a cara, corri pela rebentação e ao longo da areia molhada, com o vento a acariciar-me a cara e o cabelo molhado a bater-me no pescoço...
... Espero que possa ser sempre assim...
Se eu disser que lês as entrelinhas que eu não escrevo e fazes-me sorrir a cada palavrinha mais intencionada, acreditas??
ReplyDeleteObrigada por teres escrito as reticências, adorei! :D
Ainda bem, que isto de usar o trabalho dos outros sem pedir podia dar maus resultados! ;P
ReplyDeleteA sério, ainda bem que gostaste das minhas reticências, às vezes acho que abuso delas, mas... senti que nestas falas eram precisas... e ainda bem que as nossas mentes funcionam de forma parecida, e as entrelinhas que tu não escreves são as que eu leio, sem saber... deve ser por isso que nos damos tão bem!;)
Meninas, a isto é que se chama sintonia...
ReplyDeleteSó acho que mais cedo ou mais tarde se tem de escolher... E, se não o fizermos, o destino fá-lo por nós. Por isso estou mesmo curiosa por saber quem é que ela escolhe, ou quem é que o destino escolhe por ela :P
Obrigado pelo sorriso que me roubaram :)
Este texto parece ter semelhanças com um outro que já li não sei bem onde...
ReplyDelete:D
Parabéns, tá fixe!
Artemysa: estamos sempre cá para dar sorrisos! Roubar não, que é feio! ;)
ReplyDeleteQuanto ao resto, ela já escolheu... (pelo menos na minha visão da coisa!)
Balhau: obrigada, e... qualquer semelhança não é coincidência! Nas palavras sábias da Artemysa, é "sintonia"! ;)