30 October 2005

Rapazes e raparigas

Rapazes e raparigas. Uns são de Marte, outros de Vénus, ou ambos da Terra mas de mundos diferentes. Confesso que acredito que no fundo somos todos iguais, na medida em que somos todos diferentes. Tanto conheço rapazes e raparigas tão diferentes como a noite do dia, como conheço rapazes e raparigas muito mais parecidos entre si do que com qualquer membro que eu conheça do mesmo sexo. E ainda por cima tenho a mania das igualdades, portanto nem sequer acredito que tenhamos diferenças assim tão grande ao nível das capacidades. Agora também tenho que admitir que nalguns aspectos me tenho deparado com padrões interessantes. Por exemplo, há muito por aí quem diga que as raparigas são muito mais complicadas, e complicam muito mais as coisas. Embora a generalização – como todas – seja exagerada, há um aspecto em que, na minha experiência, tem vindo a manifestar-se: as brigas e os “embirranços”.

De facto, na presença de duas quaisquer raparigas, muitas vezes quase que é preciso ser-se um super-detective para descobrir que não vão com a cara uma da outra. Sim, que quem as ouvisse havia de pensar que eram, no mínimo, amigas. Só no caso de se apanhar uma sozinha a falar da outra, ou de estarem na fase de não se falarem é que o observador se apercebe que algo ali não bate certo. E isto porque elas não só se falam, como conversam com um sorriso, como se tudo fosse perfeitamente natural. É um fenómeno que, honestamente, não sei explicar. É que muitas vezes chega a ir além da simples cordialidade de não querer estragar o ambiente ou não querer dar parte fraca!... Com os rapazes, pelo contrário, o difícil é não perceber que “não se gramam”. Limitam-se a inclinar a cabeça em sinal de reconhecimento, ou resumem a conversa a um simples “olá”, ou abrem as hostilidades e passam o tempo que estiverem em ocntacto a mandar bocas uns aos outros. Nem sempre é mais agradável para terceiros, mas pelo menos há que admitir que não restam dúvidas sobre o que se passa...

Por outro lado, parece-me que as raparigas se preocupam mais com estas coisas do “quem se dá com quem”. Regra geral, se um rapaz quiser organizar uma saída/jantar/festa/etc., convida as pessoas que gostaria que fossem, quanto muito inclui os “respectivos” (leia-se namorados(as)) ou diz para convidarem quem mais quiserem, e pronto, está feito. Uma rapariga com o mesmo objectivo chega invariavelmente a uma altura em que começa a pensar que se convida fulano, beltrano não vem, ou que o Joaquim não virá se não convidar também o Manel, apesar de mais ninguém gostar dele, ou que... enfim...acho que percebem a ideia... Mais uma vez, não faço ideia de qual será a explicação...

Posto isto, e porque o Post já vai longo, gostava apenas de desmistificar uma certa ideia, dizendo que em todos os casos em que tive que esperar que rapazes e raparigas se vestissem/arranjassem – e já foram algumas – os últimos foram sempre os rapazes!

21 October 2005

No regrets

Quero que saibas que não me arrependo de nada. Sei que me magoaste algumas vezes, e também sei que te magoei. Mas não me arrependo. Se voltasse atrás, quereria que as coisas se passassem exactamente da mesma forma, não por ter prazer nessa dor, mas porque sei que tudo isso fez de nós o que somos hoje. Porque sinto que o importante não é a dor, nem sequer o que a causou. O importante é a forma como ultrapassámos tudo isso juntos, e ficámos a amar-nos mais. O importante é o termo-nos apercebido de que tínhamos magoado o outro, e mais do que as desculpas importa a vontade que ficou de não repetir o erro. A vontade de fazer tudo para não voltar a ver esse olhar, a sentir esse desapontamento...
É por isso que não me arrependo. Porque foi da dor causada que nasceu o compromisso, das discussões nasceu o entendimento... tudo isso fez parte da nossa vida, do caminho que percorremos até chegar aqui... e tentar apagar alguma coisa apenas nos deixaria pendurados, com um vazio no lugar da memória... E eu quero a minha memória bem cheia, repleta de pormenores, bons e maus... Os bons para me fazer sorrir e acreditar, os maus para servirem de lembrança, para evitar repetições, e para acreditar que conseguimos ultrapassar tudo... Porque se nos conseguimos ultrapassar a nós próprios, então não há nenhum factor externo que nos possa afectar!
Por isso é que, apesar de ter pena, e de uma parte de mim preferir que nada disso tivesse acontecido, não tenho remorsos, porque crescemos com tudo isso e tudo isso nos moldou... e é isso que nos permite agora conhecermo-nos tão bem, e vivermos em melodia, mais do que em harmonia...