21 October 2005

No regrets

Quero que saibas que não me arrependo de nada. Sei que me magoaste algumas vezes, e também sei que te magoei. Mas não me arrependo. Se voltasse atrás, quereria que as coisas se passassem exactamente da mesma forma, não por ter prazer nessa dor, mas porque sei que tudo isso fez de nós o que somos hoje. Porque sinto que o importante não é a dor, nem sequer o que a causou. O importante é a forma como ultrapassámos tudo isso juntos, e ficámos a amar-nos mais. O importante é o termo-nos apercebido de que tínhamos magoado o outro, e mais do que as desculpas importa a vontade que ficou de não repetir o erro. A vontade de fazer tudo para não voltar a ver esse olhar, a sentir esse desapontamento...
É por isso que não me arrependo. Porque foi da dor causada que nasceu o compromisso, das discussões nasceu o entendimento... tudo isso fez parte da nossa vida, do caminho que percorremos até chegar aqui... e tentar apagar alguma coisa apenas nos deixaria pendurados, com um vazio no lugar da memória... E eu quero a minha memória bem cheia, repleta de pormenores, bons e maus... Os bons para me fazer sorrir e acreditar, os maus para servirem de lembrança, para evitar repetições, e para acreditar que conseguimos ultrapassar tudo... Porque se nos conseguimos ultrapassar a nós próprios, então não há nenhum factor externo que nos possa afectar!
Por isso é que, apesar de ter pena, e de uma parte de mim preferir que nada disso tivesse acontecido, não tenho remorsos, porque crescemos com tudo isso e tudo isso nos moldou... e é isso que nos permite agora conhecermo-nos tão bem, e vivermos em melodia, mais do que em harmonia...

1 comment:

  1. Disseram-me uma vez que duas árvores juntas só sobrevivem se crescerem lado a lado. Se se entrelaçarem, uma acaba por sufocar a outra; se uma ficar à frente, a outra morre pela falta de sol..

    Têm que saber crescer juntas e em uníssono.. a tua melodia!***

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